sábado, 11 de setembro de 2010

Grooveshark, o youtube de mp3!

Olá pessoal, estive um pouco ausente, mas cá estou para dar uma dica indispensável para quem curte música, o site Grooveshark, posso dizer que é o youtube da música, tem milhões de músicas de vários países (inclusive o Brasil).

O sistema de login e de criação de playlist é muito bom. A busca pode ser feita por artista, música, álbum e por nome da música.

A versão foi atualizada recentemente que incorpora algumas facilidades, como a rádio e também uma sugestão de música relacionada com o gênero escolhido.

Aproveitem que é grátis (ainda (bem)), não fui muito a fundo mas acho que tem como upar umas músicas também.

Visitem

Amplexos...

sábado, 19 de junho de 2010

Audio Tool

Olá pessoal, hoje a dica é para os compositores ou aspirantes a composição.

Esta semana tive um desafio de criar uma trilha sonora para um vídeo de treinamento, primeiro (como todo bom internalta) procurei alguma música grátis para baixar... não achei

Resolvi vou criar, mas como? Iniciei uma pesquisa na internet de sites de criação de música e achei o www.audiotool.com, que para minha surpresa é um excelente aplicativo de construção musical, basta ter um pouco de criatividade e paciência para entender a dinâmica da coisa.

Neste site vc pode criar a música e disponibiliza-la para que outros usuários do site.

E como acabou a história da trilha do vídeo, confira abaixo.
Imagem de como ficou a trilha sonora clique aqui para ouvir

Até a próxima

Amplexos...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Os originais do samba

Os Originais do Samba é um grupo de samba formado na Década de 1960 no Rio de Janeiro por ritmistas de escolas de samba.

História


O grupo começou a se apresentar em teatros e show, incluindo o palco do Copacabana Palace, onde realizou o espetáculo "O Teu Cabelo Não Nega".

Fixaram-se em São Paulo depois de excursionar pelo México, e em 1968 acompanharam Elis Regina na música vencedora da I Bienal do Samba, Lapinha, de Baden Powell e P.C. Pinheiro. No ano seguinte gravaram a música "Cadê Teresa", de Jorge Ben, que fez grande sucesso. Participaram de festivais e ganharam discos de ouro pela vendas de suas gravações, principalmente nos anos 1970, combinando o canto uníssono, a roupa padronizada e boa dose de humor.

Um dos integrantes do grupo, Mussum, sairia para formar Os Trapalhões ao lado de Renato Aragão, Mauro Gonçalves e Dedé Santana.

Tocaram com grandes nomes da música brasileira, como Alex Luiz, Armando Geraldo, Jair Rodrigues, Vinicius de Moraes e mundial, como Earl Grant.

Excursionaram pela Europa e Estados Unidos, e foram o primeiro conjunto de samba a se apresentar no Olympia de Paris.

Alguns de seus maiores sucessos são Tá Chegando Fevereiro (Jorge Ben/ João Melo), Do Lado Direito da Rua Direita (Luiz Carlos/ Chiquinho), A Dona do Primeiro Andar, O Aniversário do Tarzan, Esperanças Perdidas (Adeilton Alves/ Délcio Carvalho), E Lá se Vão Meus Anéis (Eduardo Gudin/ P.C. Pinheiro), Tragédia no Fundo do Mar (Assassinato do Camarão) (Zeré/ Ibrahim), Se Papai Gira (Jorge Ben), Nego Véio Quando Morre.

Em 1997 gravaram um CD comemorativo pelos 30 anos de carreira; em 2000 gravaram o 1° CD Ao Vivo com convidados como Almir Guineto, Carlos Dafé, Joãozinho Carnavalesco, Dhema, entre outros, tendo como sucesso a releitura de "A Subida do Morro" com a participação do Rapper Xis; em 2003 gravaram um CD focado no Sambarock regravando os principais sucessos do grupo; em 2008 com recursos próprios lançaram o CD (Ótimo cd a preço acessível) "A Corda Arrebenta e o Samba não Cai" com 15 músicas inéditas e 2 regravações. Atualmente continuam se apresentando no Brasil.

Integrantes

Formação atual

Scoob, Rogério, Kiko, Juninho, Bigode,

Ex-integrantes

• Almir Guinéto (Rápida passagem em 1979)
• Armando (falecido)
• Bide (falecido)
• Branca di Neve (falecido)
• Bigode
• Chiquinho
• Gibi (seguindo carreira solo cantando musica gospel)
• Lelei
• Biguinho - compositor ( falecido )
• Mussum (falecido)
• Rubão (falecido)
• Rubinho Lima - depois Sambasonic
• Sócrates
• Valtinho Tato
• Zeca do Cavaquinho
• Joãozinho Carnavalesco

Discografia

Álbuns
• Os Originais do Samba (1995)RGE
• Os Originais de todos os sambas (1997)RGE
• Os Originais do Samba Ao Vivo (2000)Rhythm and Blues
• Swing dos Originais (2003)Rhythm and Blues/Canta Brasil
• A Corda Arrebenta e o Samba não cai (2008)Independente

EPs/LPs
• Os Originais do Samba (1969)RCA
• Os Originais do Samba - Volume 2 (1969)RCA
• Samba é de Lei (1970)RCA
• Samba Exportação (1971)RCA
• O Samba é a Corda... Os Originais a Caçamba (1972)RCA
• É Preciso Cantar (1973)RCA
• Pra que Tristeza (1974)RCA
• Alegria de Sambar (1975)RCA
• Em Verso e Prosa (1976)RCA
• Os Bons Sambistas Vão Voltar (1977)RCA
• Aniversario do Tarzan (1978)RCA
• Clima Total (1979)RCA
• Os Originais do Samba (1981)RCA
• Canta, Meu povo, Canta (1983)RCA
• A Malandragem Entrou em Greve (1986)Copacabana
• Sangue, Suor e Samba (1989) Copacabana
• Brincar de Ser Feliz (1992) ChicShow/Fivestar
• A Vida é Assim (1994) ChicShow/Fivestar

Outros
• Show / Recital - Baden Powell - Márcia - Os Originais do Samba (1968)
Fonte wikipedia


Vídeos (na verdade audios)
• Saudosa Maloca
Tragédia no fundo do mar
Trama/Radiola
É Preciso Cantar
Esperanças perdidas
Testamento de Partideiro
Amplexos...





sábado, 8 de maio de 2010

Casuarina - MTV Apresenta


Pessoal, esta semana ouvi o CD MTV Apresenta Casuarina, gravado na Fundição Progresso/RJ para que gosta de samba bom este é o CD, e o mais legal é que o registro foi gravado em vídeo também, então abaixo seguem os vídeos:




1. Canto da Trabalhador - Com letra simples e objetivo mostra a realidade do trabalhador brasileiro.

2. Vaso Ruim - Sambão que aparece no álbum Certidão.

3. É isso ai - Um samba de Sidney Miller que já foi gravado por Paula Lima.

4. Cabelos Brancos (com Moska) - Gravado originalmente em 1949 por Sílvio Caldas e composta por Herivelto Martins e Marino Pinto, mesmo sendo muito antiga tem uma letra muito atual.

5. Certidão - Outra do CD Certidão

6. Desfigurado - Mundo de Zinco - Dois sambas unidos por Casuarina, o primeiro de Cartola grava do 1977 e o segundo escrito por Wilson Batista e Nássara gravado por Jorge Goulart, foi muito cantado, como marchinha, nos carnavais de 1951 e 1951.

7. O Dia Se Zangou - Gravado originalmente por Jovelina Pérola Negra

8. Jornal Da Morte (com Roberto Silva) - Roberto Silva brilhou no rádio com histórias típicas de periódicos populares, como "Jornal da Morte" (Miguel Gustavo), censurada por sua letra em 1961 ("Tresloucada, seminua/ Jogou-se do oitavo andar/ Porque o noivo não comprava/ Maconha pra ela fumar") e hoje no repertório da Nação Zumbi.

9. Minhas Madrugadas/Pecado Capital - Homenagem a Portela

10. Minha Filosofia - Primeiro sucesso do Casuarina composto por Alcides Aluízio Machado da Império Serrano

11. Chiclete com Banana - O legual desta música que até agora vários cantores (Jackson do Pandeiro e Gilberto Gil) já cantaram esta música, mas o Casuarina foi o único que realmente colocou o Bip-Bop no samba. Confira!

12. Resto de esperança - Em outrora por Jorge Aragão e Agora por Casuarina

13. Já fui uma brasa (com Frejat) - Música de Adoniran Barbosa

14. Baile no Elite - Gravada por João Nogueira, Marcelo D2 fez uma música "Encontro com Nogueira" que foi inspirada em Baile no Elite. (Versão Original com João Nogueira - Valew Digos)

15. Disritmia - Samba popularizado por Martinho da Vila

16. Arco-Íris

17. Senhora Liberdade (com Wilson Moreira) - Senhora Liberdade (escrita por Wilson Moreira) ("Abre as asas sobre mim, ó Senhora Liberdade/ eu fui condenado sem merecimento/por um sentimento/por uma paixão") virou hino na campanha das diretas e nos comícios do Lula em 89.

18. Velho Bandido - Escrita por Sérgio Sampaio e gravado por Jards Macalé

19. 400 Anos de Favela - Escrita pelo portelence Zé Kéti, foi registrada no primeiro álbum do Casuarina

20. Swing de Campo Grande - Por Novos baianos esta música também foi gravado pelo Casuarina no primeiro álbum com participação de Teresa Cristina

21. Rosa Morena (com Moinho) - Composta por Dorival Caymmi

22. Eu Já Pedi - Sandália Amarela - Dois Sambas muito bons para dar início ao fim do show

23. Canto De Ossanha - Não poderia ser diferente, terminando com canto de ossanha, por Vinicius de Moraes e Baden Powell

Pois é, o CD/DVD é muito bom e recomendo

Quer conhecer mais de Casuarina, acesso o site

Amplexos...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Bezerra da Silva - Produto Do Morro

Olá pessoal, esta semana lembrei de um livro que li a algum tempo mas que ainda está na memória, pois trata de um dos maiores malandros de todos os tempos, ele mesmo Bezerra de Silva.

Este livro foi idealizado por Letícia C. R. Vianna, que é mestre em antropologia social pena UNB, com doutourado pelo Museu Nacional (UFRJ) e que em 1994 elaborou uma pesquisa com intenção de pesquisar o samba de Bezerra da Silva, desta pesquisa surge um livro de 168 páginas de fácil leitura e muito bem escrito.

Review:
O livro conta a história de José Bezerra da Silva um nordestino de infância difícil, criado pela mãe e pelo padrasto que sempre o pressionavam para aprender ofícios tais como mecânico, pedreiro, ferreiro entre outros, mas a música já falava alto.
Foi para marinha mercante para seguir o "ofício" do pai, que abandonou a família e veio para o Rio de Janeiro.
Depois de muitas confusões e dissabor na marinha mercante, foi expulso em solenidade oficial, onde desacatou a todos presentes gritando: "Na marinha mercante só tem veado!"
Veio para o Rio clandestino em um navio de açucar, com o endereço do pai...




Recomendo este livro para quem gosta e quem recrimina Bezerra da Silva, pois mostra como foi a vida sofrida e a virada que ele deu e se tornou um sambista referência no seu estilo musical.

Escute Bezerra cantando um de seus samba e o documentário O dia que o bambu quebrou no meio, que mostra as homenagens de seus amigos no dia de seu velório.

Amplexos...

sábado, 17 de abril de 2010

Dica da Semana - Os Serranos

Pessoal, hoje vou iniciar postagens com dicas do mundo da música que ví nesta semana.

Infelizmente o Rio de Janeiro só fala de funk, pagode, samba e música internacional deixando uma lacuna no restante das músicas espalhadas pelo Brasil.

Descobri nesta semana, meio que sem querer, um grupo de música regional chamado Os Serranos. Segue a história do grupo que encontrei no site deles.
Recomendo a vocês a observância do DVD Os Serranos ao Vivo na Expointer, é bem alegre e muito bem gravado.
Conjunto musical gaúcho, fundado em 1968 em Bom Jesus, na serra do Rio Grande do Sul.
No início, uma dupla de acordeonistas - Edson Becker Dutra e Frutuoso Luis de Araújo, ambos nascidos em Bom Jesus.A dupla gravou seu primeiro disco - um compacto duplo - em 1969 - na gravadora Copacabana, tendo como padrinho e apoiador, Honeyde Bertussi. Este, já artista famoso à época, escreveu uma carta de recomendação àquela gravadora e OS SERRANOS se foram para São Paulo e... gravaram!!!
Os destaques deste primeiro disco foram: Minha Querência (chote em homenagem a Bom Jesus) e a valsa Suspiro de uma saudade.
Três anos mais tarde, voltaram a São Paulo e, pela gravadora Califórnia, gravaram o primeiro LP - Nostalgia Gaúcha - , já fazendo sucesso com Terol do Tio Domingos e a milonga Chimarreando.
Nos anos seguintes estiveram contratados pela gravadora Chantecler, com a qual lançaram nove LPs, todos com grande destaque.
Mais tarde, assinaram contrato com outras gravadoras igualmente importantes: RGE, Som Livre, ACIT e Galpão Crioulo Discos.
OS SERRANOS fazem shows e bailes por muitos lugares Brasil e também se apresentam em cidades de países do Mercosul. Igualmente, atuam em feiras, clubes e CTG's.
Tem 26 discos inéditos, sendo um dos conjuntos que mais vende discos no seu gênero, no país.
Foi o pioneiro na realização de um CD voltado para o Mercosul, no caso, Mercosul de Canções.
Foram feitas gravações conjuntas com importantes artistas do Uruguai, Argentina e Paraguai.
Tem Três discos de ouro. "Isto é... Os Serranos", "Bandeira dos Fortes" e "Os Serranos Interpretam Sucessos Gaúchos".
Em 2009 foi indicado ao Grammy Latino, na categoria de melhor álbum de música de raízes Brasileiras - Regional - , pelo CD Os Serranos - 40 anos - Sempre Gaúchos!
Recebeu diversas premiações que estão elencadas no "release" deste site.
Tem 2 DVDs gravados, Os Serranos ao Vivo na Expointer e Os Serranos 40 anos - Sempre Gaúchos.

Recomendo a vocês a observância do DVD Os Serranos ao Vivo na Expointer, é bem alegre e muito bem gravado.


Vídeo - Os Serranos - Bugio do Chico (DVD AO VIVO - Na Expointer)


Amplexos...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Pesquisa de Opinião...

Pessoal, ontem andei pensando em escrever sobre músicas ridículas, fazer um Top 5 das melhores (ou piores), mas são tantas que não sei qual escolher...

Vou falar só de uma, da campeã, ou seja, da música mais RIDÍCULA da face da terra.

Deixei uma enquete para que vocês possam me ajudar com a escolha, sei que essas não são as únicas ridículas, mas foram as que eu separei.

Para falar a verdade tenho uma preferida, mas não vou falar... vou dar só uma dica, sua foto está em alguma parte do meu blog

Deem sugestões que farei uma segunda enquete para eleger a PIOR música da face da terra.

Amplexos...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Especial Chico Buarque - Cálice (Parte 5/5)


Em meu último post da série, observarei sobre uma das músicas mais ácidas de Chico, Cálice!

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue.

Em mais uma música que critica a ditadura militar, Chico faz uso de palavras proferidas por Jesus, onde pede ao Pai (Deus) que se possível afastar o cálice, que quer dizer passe logo este sofrimento. No refrão acima, observamos também a repressão feita pela ditadura com a palavra cálice que pode ser entendida com cale-se.

Li em outro blog uma resenha bem legal sobre a música, extrai algumas partes:

De vinho tinto de sangue 
O “cálice” é um objeto que contém algo em seu interior. Na Bíblia esse conteúdo é o sangue de Cristo, na música é o sangue derramado pelas vítimas da repressão e torturas.


Como beber dessa bebida amarga
A metáfora do verso remete à dificuldade de aceitar um quadro social em que as pessoas eram subjugadas de forma desumana.


Tragar a dor, engolir a labuta
Significa a imposição de ter que agüentar a dor e aceitá-la como algo banal e corriqueiro. “Engolir a labuta” significa ter que aceitar uma condição de trabalho subumana de forma natural e passiva.


Mesmo calada a boca, resta o peito
Os poetas afirmam que mesmo a pessoa tendo a sua liberdade de pronunciar-se cerceada, ainda lhe resta o seu desejo, escondido e inviolável dentro do seu peito.


Silêncio na cidade não se escuta
O silêncio está metaforicamente relacionado à censura, que, desta forma, é entendida como uma quimera, um absurdo inexistente, porque, na medida em que o silêncio não se escuta, o silêncio não existe.


De que me vale ser filho da santa / Melhor seria ser filho da outra
Não fugindo à temática da religião, Chico e Gil usam de metáforas para mostrar suas descrenças naquele regime político e rebaixam a figura da “pátria mãe” à condição inferior a de uma “puta”, termo que fica subentendido na palavra “outra”.


Outra realidade menos morta
Seria uma outra realidade, na qual os homens não tivessem sua individualidade e seus direitos anulados.


Tanta mentira, tanta força bruta
O regime militar propagandeava que o país vivia um “milagre econômico” e todos eram obrigados a aceitar essa realidade como uma verdade absoluta.


Como é difícil acordar calado / se na calada da noite eu me dano
O eu-lírico admite a dificuldade de aceitar passivamente as imposições do regime, principalmente diante das torturas e pressões que eram realizadas à noite. Tudo era tão reprimido que necessitava ser feito às escondidas, de forma clandestina.


Quero lançar um grito desumano / que é uma maneira de ser escutado
Talvez porque ninguém escutasse as mensagens lançadas por vias pacíficas e ordeiras, uma das possibilidades, por conta de tanto desespero, seria partir para o confronto.


Esse silêncio todo me atordoa
Esse verso denuncia os métodos de torturas e repressão, utilizados para conseguir o silêncio das vítimas, fazendo-as perderem os sentidos.


Atordoado, eu permaneço atento
Mesmo atordoado o eu-lírico permanece atento, em estado de alerta para o fim dessa conjuntura, como se estivesse esperando um espetáculo que estaria por vir.


Na arquibancada, pra a qualquer momento ver emergir o monstro da lagoa
Entretanto, o espetáculo pode ser ironicamente, somente o surgimento de mais um mecanismo de imposição de poder do regime, representado pelo monstro da lagoa.


De muito gorda a porca já não anda
Essa “porca” refere-se ao sistema ditatorial, que, de tão corrupto e ineficiente, já não funcionava. O porco também é um símbolo da gula, que está entre os sete pecados capitais, retomando a temática de religiosidade e elementos católicos.


De muito usada a faca já não corta
Demonstra inoperância, ou seja, mostra o desgaste de uma ferramenta política utilizada à exaustão.


Como é difícil, pai, abrir a porta
É expresso o apelo para que sejam diminuídas as dificuldades, mas ao mesmo tempo apresenta a tarefa como sendo muito difícil. A porta representa a saída de um contexto violento. Biblicamente, sinaliza um novo tempo.


Essa palavra presa na garganta
É a dificuldade para encontrar a liberdade, a livre expressão. É o desejo de falar, contar e descrever a todos a repressão que está sendo imposta.


Esse pileque homérico no mundo
Refere-se ao desejo de liberdade contido no peito de cada cidadão dos países vivendo sob os vários regimes autoritários existentes no mundo.


De que adianta ter boa vontade
É um autoquestionamento sobre a ânsia de lutar pela liberdade, uma vez que o mundo estava ao avesso. Refere-se a uma frase bíblica: “paz na terra aos homens de boa vontade”.


Mesmo calado o peito resta a cuca dos bêbados do centro da cidade
Mesmo sem liberdade o homem não perde a mente e pode continuar pensando.


Talvez o mundo não seja pequeno nem seja a vida um fato consumado
A partir deste verso o eu-lírico sugere a possibilidade de a realidade vir a ser diferente, renovando suas esperanças.


Quero inventar o meu próprio pecado
Expressa a vontade de libertar-se da imposição do erro por outros para recriar suas próprias regras e definir por si só, quais são seus erros, sem que outros o apontem. Tem o significado de estar fora da lei. O verbo aproxima-se do desejo urgente e real de liberdade.


Quero morrer do meu próprio veneno
Neste verso está implícito que ele deseja ser punido pelos erros que ele vier a praticar seguindo o seu livre-arbítrio, e não, tendo seu desejo cerceado, punido por erros que o sistema acha que ele poderá vir a cometer.


Quero perder de vez tua cabeça / minha cabeça perder teu juízo
Traz a idéia de que o eu-lírico deseja ter seu próprio juízo e não o do poder repressor. Quer decapitar a cabeça da ditadura e libertar-se do juízo imposto por ela, para ser dono de suas próprias idéias.


Quero cheirar fumaça de óleo diesel / me embriagar até que alguém em esqueça
Para encerrar, Chico e Gil usaram uma imagem forte das táticas de tortura. Para fazer com que os subjugados perdessem a noção da realidade, dentro da sala os repressores queimavam óleo diesel, cuja fumaça deixava-os embriagados. Entretanto, os subjugados também possuíam táticas antitortura, e uma das artimanhas era justamente fingir-se desmaiado, pois, enquanto nesta condição, não eram molestados pelos torturadores.
 Sérgio Soeiro — 18 de setembro de 2009 

A mensagem mais importante que deixo ao ouvir esta música, é que o cale-se da ditadura não calou a voz nem a mente de Chico Buarque que mesmo com toda repressão foi um dos maiores opositores da ditadura.

Assim termino esta série de posts, aguardem os próximos.

Amplexo...




sexta-feira, 2 de abril de 2010

Especial Chico Buarque - Acorda amor (Parte 4/5)

Hoje, na quarta parte desta homenagem, farei meus comentários sobre uma música que até pouco tempo era, pelo menos a mim, desconhecida: Acorda amor. 

Para situar aos leitores, esta música foi escrita no meio do regime militar na década de 60 onde a censura era muito forte e os artistas não podiam se expressar de qualquer forma, pois estariam correndo sérios riscos, mas nesta música, Chico Buarque "bota a boca no trombone" e fala mesmo, vejamos:

Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição [...]
 
Notem que no início da música o autor diz que teve um pesadelo, que na verdade eram fatos recorrentes, pois mais a frente ele diz "[...] Não é mais pesadelo nada / Tem gente já no vão de escada / Fazendo confusão, que aflição [...]", naquela época a "dura" (policia) invadia as casas para captura as pessoas que estavam divergentes do regime militar.
 
Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer
 
A falta de esperança também é representada na estrofe acima, assim como os "desaparecimentos" da época.
 
Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão 
 
Na última estrofe, diz que mesmo se escondendo e fugindo a ditadura, vai atrás, e recomenda a seu amor que não discuta e nem reclame à toa pois a policia prendia por motivos banais.
 
Então que poderá nos defender?
 
O autor chama o ladrão em todas as estrofes, pois ele acredita que se a policia não pode ajudar, quem mais pode?
 
A título de curiosidade, esta música foi composta por Leonel Paiva e Julinho da Adelaide o segundo era o próprio Chico Buarque, que usava um pseudônimo para ficar "invisível" à ditadura.
 
Clique aqui para assistir um vídeo da música com base na filme "Pra Frente, Brasil!"

Próximo post Cálice

Amplexos...

quarta-feira, 31 de março de 2010

Especial Chico Buarque - Cotidiano (Parte 3/5)

Dando continuidade a série Especial Chico Buarque, li no site Letras Despidas um reveiw da música e vou copiar na íntegra.

Chico Buarque compôs a canção “Cotidiano” em 1971 e, como na maioria das músicas do compositor, estava num contexto de ditadura militar, o que muito ajuda a compreender as suas letras, pois quase todas têm uma pontinha de crítica, disfarçadas para escapar da censura.

Percebemos que a música lembra muito uma rotina. As estrofes parecem todas encaixadas sobre uma mesma fôrma, inclusive com versos semelhantes, e repete várias vezes, sempre começando do início e continuando na mesma ordem. E, o mais interessante, começa de manhã, depois vai pra hora do café, depois o almoço, a volta do trabalho e a hora de dormir.


“Todo dia ela faz tudo sempre igual / Me sacode às seis horas da manhã” retratam aqueles minutos iniciais do dia. Ela, a mulher, acorda o marido sempre às seis da manhã. “Me sorri um sorriso pontual / E me beija com a boca de hortelã”, a expressão “sorriso pontual” é muito interessante, porque parece que coloca o ato de sorrir, que seria como um cumprimento de “bom dia”, como um ato mecânico, um sorriso sempre dado no mesmo horário. A boca de hortelã parece ser por causa do aroma da pasta de dente, geralmente com sabor de hortelã, menta etc.

Na outra estrofe, “Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar / E essas coisas que diz toda mulher”, representam aquele cuidado rotineiro que as mulheres têm, dando os conselhos anteriores ao trabalho. Tanto é que quando ele diz “E essas coisas que diz toda mulher”, dá uma idéia de que são conselhos dados por costume, em todos os lares, todos os dias. Logo após, “Diz que está me esperando pro jantar / E me beija com a boca de café”, representam uma despedida seguida por um beijo com o sabor do café da manhã.

“Todo dia eu só penso em poder parar / Meio dia eu só penso em dizer não” são versos que denotam aquela sensação de cansaço, de fadiga do trabalho. Dá vontade de parar, de dizer ‘não’. Esses dois versos, que poderiam significar uma certa insatisfação com o cotidiano repetitivo, se contrapõem aos próximos: “Depois penso na vida pra levar / E me calo com a boca de feijão”, quando o homem submete-se à rotina e se cala; em meio a um momento de questionamento, segue-se um silêncio, típico da submissão.

“Seis da tarde como era de se esperar / Ela pega e me espera no portão” mostram a falta de novidade. Se no trabalho não há nada que desperte o interesse do homem, tampouco isto ocorre quando ele chega em casa, quando tudo ocorre exatamente da mesma maneira. A expressão “como era de se esperar”, embora esteja mais disfarçada na música, são usadas de modo satírico, ironizando a reiteração de hábitos. Logo após, “Diz que está muito louca pra beijar / E me beija com a boca de paixão” são dois versos também irônicos, porque num contexto preenchido de monotonia, a vontade de beijar com paixão parece um desejo distante, mais idealizado do que real.

Na próxima estrofe: “Toda noite ela diz pra eu não me afastar / Meia noite ela jura eterno amor”, vemos o medo seguido por um sentimento barato. Jurar eterno amor é um sentimento profundo, mas do jeito que é apresentado pela letra, ocorrendo todos os dias de noite, contribui mais para a construção da imagem de insegurança do que de amor mesmo. Além disso, essa idéia é reafirmada em “E me aperta pra eu quase sufocar / E me morde com a boca de pavor”.

Logo após, a música recomeça. A primeira estrofe é também a última, um efeito muito útil quando se quer dar uma idéia de continuidade. No caso, não há início, clímax, desfecho. Parece tudo parte de uma cadeia sem fim que é a rotina. E não uma rotina qualquer. Chico aproveita para denunciar a opressão sobre a população em plena ditadura.

É o retrato de um sentimento nacional, da vida asfixiada, sufocada, do povo sob o regime militar. Não havia encanto nenhum na vida do casal, tudo parecia pré-determinado. O casal era composto por um homem que sustentava a casa e mulher que atendia aos seus anseios, isto é, aquele velho modelo desgastado do cotidiano, sem espaço para rompimentos.

O homem aparece quase que na música inteira como sujeito passivo: “me sacode”, “me sorri”, “me beija”, “me esperando” etc. E quem é o agente da passiva? A mulher? Não, embora seja a mulher que praticasse aquelas ações, estas não eram decididas por ela, pois já estava tudo programado na rotina do casal. Assim, fica sugerido que este “ela”, que faz quase tudo na música, não é bem a mulher, mas a mulher servindo como fantoche do cotidiano opressor, e vivendo à sombra do marido. Os dois, portanto, eram manipulados pelo ciclo diário, não havia poder de decisão.

O mais interessante é notar que o único momento em que o homem é sujeito ativo de uma oração, é quando está no trabalho e reflete sua condição como submisso. Engraçado é que justo neste momento, quando ele dá voz para si mesmo, é que se cala, aceitando a sua própria rejeição dentro da sociedade deprimente. Ele não se cala porque quer, mas porque não tem condições de se opor a essa ordem, superior às suas próprias necessidades. Ele fica calado, como se a única coisa que importasse fosse o prato de feijão à sua frente: a roda viva.

Assista o vídeo da música clicando aqui com Marcelinho da Lua e Seu Jorge

Próximo Post Acorda Amor.
 
Amplexos...

Especial Chico Buarque - Geni e Zepelin (Parte 2/5)

Dando continuidade ao especial Chico Buarque, hoje falarei sobre uma das músicas que mais gosto, "Geni e o Zepelin", mas antes de falar sobre ela, tenho que falar sobre a Ópera do Malandro.

A Ópera do Malandro foi um disco duplo lançado em 1979 baseado na Ópera dos Mendigos (1728), de John Gay, e na Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill.
O musical estreou no Rio de Janeiro, em julho de 1978 e foi recriado em São Paulo, em outubro de 1979, ambos sob a direção de Luiz Antônio Martinês Corrêa.
O filme Ópera do Malandro estreou em 1986, sob direção de Ruy Guerra, baseado no musical. A trilha sonora do filme foi lançada também em 1986.

Todas as faixas compostas por Chico Buarque, exceto onde estiver indicado.


Disco 1
Lado A
1."O Malandro" (Bertolt Brecht, Kurt Weill; adaptação de C. Buarque)
2."Hino de Duran"
3."Viver do Amor"
4."Uma Canção Desnaturada"

Lado B
1."Tango do Covil"
2."Doze Anos"
3."O Casamento dos Pequenos Burgueses"
4."Terezinha"
5."Homenagem ao Malandro"

Disco 2
Lado A
1."Folhetim"
2."Ai, Se Eles Me Pegam Agora"
3."O Meu Amor"
4."Se Eu Fosse o Teu Patrão"
5."Geni e o Zepelin"

Lado B
1."Pedaço de Mim"
2."Ópera" †
3."O Malandro Nº2" (Bertolt Brecht, Kurt Weill; adaptação de C. Buarque)

† Adaptação e texto de Chico Buarque sobre trechos de "Carmen" de Bizet; "Rigoletto", "Aida" e "La Traviata" de Verdi; e "Taunhauser" de Wagner.

Quam era Geni?
Dizem que era um homossexual masculino, dizem que é uma prostitua, dizem até é que é uma forma de representar um ato da ditadura.
Ficarei com a prostituta, por ser mais coerente com a letra.

Discriminada em sua cidade, era xingada e humilhada pelos cidadãos mais conservadores. Mas em um dia tudo muda, quando um Zepelim chega a cidade querendo destruir tudo, mas o comandante se encanta por Geni e só poupará a cidade se ela ir pra cama com ele. Nesse momento, a cidade inteira que em outrora humilhava Geni, passou a tratá-la bem pra que ela fosse com o comandante. Ela retrata o preconceito e a hipocrisia da sociedade.

Clique aqui e veja uma animação da música.

Veja um pouco da ópera do malandro

Proximo post Cotidiano.

Amplexos...

sábado, 27 de março de 2010

Especial Chico Buarque - A Banda (Parte 1/5)

Um dos maiores compositores da música brasileira, Chico Buarque de Holanda, presto minhas homenages a este grande brasileiro com um especial de 5 posts falando suas músicas darei início com o clássico A Banda.

[...] letra “A Banda”, Chico Buarque narra a entrada na cidade do conjunto de circo que se apresenta nos próximos dias. [...]


“A Banda” é uma metáfora de alegria na época da repressão. Imagine-se em um tempo que tuda era proibido e a diversão estava nas mãos do governo. Vc “só” se divertia como o governo queria. Perceba que a banda quando entra na cidade é motivo de euforia, de imensa alegria, extase total, onde toda cidade pára para ver a banda passar.

“Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou”

E assim termina os raros momentos de felicidade de um povo calado e sofrido: “E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor”. “A Banda” é um grito de apelo, dizendo: “A felicidade pode continuar, basta me seguir, seguir a banda ou vc pode fazer sua banda e sair tocando estrada a fora feito um mambembe cigano tocando o amor e a esperança!

Onde lê-se Banda, leia-se Felicidade
Onde lê-se amor, leia-se esperança
Retirado do site http://analisedeletras.com.br/

Veja Chico Buarque cantando A Banda.
Quer saber mais de Chico Buarque clique aqui.

Próximo post Geni E O Zepelin

Amplexos...

sexta-feira, 26 de março de 2010

O que é mais rápido que a velocidade da luz? Um cometa!

Pois é pessoal, nesta minha primeira postagem trago para vcs algo muito interessante. Ouvindo a música velocidade da luz do grupo Revelação descobri que tudo que aprendi sobre velocidade da luz, que tem aproximadamente 300.000.000 m/s, é pouco perto de um cometa, pois pensem comigo:

Trecho da música:

"Vou me embora agora vou. Embora prá outro planeta. Na velocidade da luz, ou quem sabe de um cometa!"


Utilizando os recurso da lingua portuguesa, podemos substituir as palavras "ou quem sabe" por quiçá na frase acima.

"Vou me embora agora vou. Embora prá outro planeta. Na velocidade da luz,quiçá de um cometa!"

Temos assim uma melhor ideia de que um cometa é mais rápido que a própria luz.
Segundo estudos o cometa Halley tem uma velocidade aproximada a velocidade no afélio de 5,1 km/s e no periélio de 54,8 km/s.

Lógico que temos a "licensa poética", mais tenhamos cuidado ao escrever...

Tenho uma sugestão para o compositor da cansão:

"Vou me embora agora vou prá outro lugar, na velocidade de um Fusca, ou que sabe de um Jaguar"

Até a próxima
Amplexos...